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Algumas coisas que ninguém percebe
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Dαrk
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Universal Fórum :: ESPAÇO ABERTO :: Entretenimento :: Notícias :: Diversos
Página 1 de 1
Algumas coisas que ninguém percebe
Eu bem sei que a economia não é uma ciência exacta. Aliás, se fosse, milhares de analistas muito bem pagos em todo o mundo teriam previsto esta crise, a mais profunda desde 1929, um verdadeiro icebergue que o comandante de qualquer navio devia ter visto. Contudo, ninguém viu, ninguém pensou que o rombo no casco seria tão grave e até há muito pouco tempo a orquestra continuava a tocar enquanto o navio ia alegremente para o fundo.
Há, contudo, apesar da fragilidade intrínseca desta ciência, algumas interconexões, ligações, reacções e consequências entre os fenómenos económicos que estão mais do que provadas, verificadas e constatadas, existindo portanto uma elevadíssima improbabilidade de passarem a ocorrer de repente de maneira diferente da que sempre aconteceu até agora.
E até agora, o que é que aconteceu na economia portuguesa? Aconteceu que, desde 2002, estamos a crescer abaixo da média da União Europeia, com resultados absolutamente medíocres: 0,8%, -0,8%, 1,5%, 0,9%, 1,3% e 1,9% em 2007. Para 2008, o Governo esperava 2,2%, que corrigiu depois para 1,5%, e de novo para 0,8%, prevendo para o ano um crescimento de 0,6%. Ora com este desempenho económico, a taxa de desemprego total em Portugal foi de 5% em 2002 e, nos anos seguintes, 6,3%, 6,7%, 7,6%, 7,7% e 8,0% em 2007, ou seja, sempre a subir apesar da economia também ter crescido desde 2006. Ora mesmo dando de barato que os efeitos da ligeira aceleração do crescimento económico em 2007 e primeiro trimestre de 2008 se repercute com um diferencial de nove meses ao mercado do emprego, ainda assim fica por explicar a taxa de desemprego que o Governo prevê para o próximo ano, exactamente igual à deste ano (7,6%).
Como é possível, com a economia em desaceleração, que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos (na foto), acredite que é possível manter em 2009 o desemprego no mesmo nível deste ano? Ou há qualquer alteração contabilística em preparação ou então não há ciência económica que explique esta previsão.
Segundo ponto: está dito, redito, estudado e explicado que Portugal, pequena economia aberta, que exporta mais de 70% dos seus produtos para a União Europeia, ou é arrastado por bons crescimentos nessa área ou sofre quando ela abranda ou entra em recessão. Sendo este o cenário previsível e estando nós a crescer abaixo da média europeia desde 2002, alguém explica como é possível que venhamos a crescer quatro décimas acima da zona euro em 2009?
Terceiro ponto: um dos quadros da proposta do Orçamento do Estado mostra que as despesas com pessoal passam de 21,3 mil milhões e 13% do PIB em 2008 para 18,7 mil milhões e 11% do PIB em 2009, o que parece não jogar com o maior aumento salarial oferecido à Função Pública desde 2003. O ministro justificou estes valores com a saída de pessoas do Estado (cerca de 12.000 só este ano), bem como com alterações contabilísticas na forma como foram registadas as transferências do Estado para a Caixa Geral de Aposentações (CGA). Depois, o secretário de Estado do Orçamento justificou tais alterações com orientações do Eurostat. Mas, segundo o jornal 'Público', o Eurostat negou que tenha havido alterações recentes nesta matéria. Ora se as alterações não tivessem sido feitas haveria não só uma subida do peso da despesa pública no PIB, de 46,1% para 47,8%, como a carga fiscal, em vez de diminuir, também cresceria de 37,5% para 38%. Por outras palavras, a ciência económica também serve para isto: criar novas séries estatísticas que não são comparáveis com as anteriores e retirar daí as conclusões que interessam a quem as faz.
Quarto ponto: o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, insiste na realização de grandes projectos, apesar de não só a oposição como três ex-ministros socialistas (Augusto Mateus, João Cravinho e Campos e Campos) dizerem o óbvio ululante: o programa de investimentos foi pensado e concebido em circunstâncias que mudaram e que é preciso reanalisar.
Lino diz que estas não são obras que se possam decidir fazer num mês e adiar no mês seguinte. Mas uma das pedras angulares dos novos projectos era a participação de parceiros privados, o que reduziria significativamente o esforço financeiro do Estado. Ora no actual quadro ou não haverá privados interessados por dificuldades no acesso ao crédito e pelo seu custo ou, se houver, será porque todos os financiamentos terão a garantia do Estado, o que significará, na prática, que o risco dos projectos passa para o domínio público. E não foi isso que nos prometeu, pois não, sr. ministro?
O maestro reconhece que errou
Aquele que dirigiu a Reserva Federal durante 18 anos, coincidindo com o maior período de expansão da economia americana no pós-guerra, aquele que foi um paladino do livre funcionamento dos mercados, aquele que foi considerado o maestro infalível do sistema financeiro, reconheceu estar em estado de choque com o tsunami que está a abalar o mundo das finanças. "Cometi um erro ao presumir que o interesse próprio das organizações, nomeadamente dos bancos, era tal que os tornava mais capazes de proteger os seus accionistas." Foi por isso que se opôs à regulação dos mercados onde se transaccionavam os activos tóxicos que estão no cerne da actual crise. Agora não só reconhece esse erro como isso abalou as suas convicções sobre a economia de mercado. "Encontrei uma falha, não sei quão significativa ou permanente. Mas tenho estado muito perturbado por isso." E questionado sobre se a ideologia do mercado livre deixou de funcionar, foi taxativo: "Absolutamente. É por isso que estou em choque, porque vivi mais de 40 anos com a substancial evidência de que funcionava muito bem." Donde conclui: "Cometi um erro ao confiar que o livre mercado pode regular-se a si próprio sem a supervisão da Administração." Alan Greenspan, o maestro infalível, reconhece que errou. Infelizmente para o mundo, foi na nota estruturante da peça.
P.S. - Quem não reconhece que errou é Jardim Gonçalves. Publica um livro com todas as cartas que enviou a accionistas e colaboradores do BCP. Mas não diz uma palavra sobre o escândalo que se abateu sobre o banco e de que ele é o epicentro. O título do livro é "Eu escrevi sempre". Podia acrescentar: "Mas nunca sobre o que verdadeiramente importa explicar".
Há, contudo, apesar da fragilidade intrínseca desta ciência, algumas interconexões, ligações, reacções e consequências entre os fenómenos económicos que estão mais do que provadas, verificadas e constatadas, existindo portanto uma elevadíssima improbabilidade de passarem a ocorrer de repente de maneira diferente da que sempre aconteceu até agora.
E até agora, o que é que aconteceu na economia portuguesa? Aconteceu que, desde 2002, estamos a crescer abaixo da média da União Europeia, com resultados absolutamente medíocres: 0,8%, -0,8%, 1,5%, 0,9%, 1,3% e 1,9% em 2007. Para 2008, o Governo esperava 2,2%, que corrigiu depois para 1,5%, e de novo para 0,8%, prevendo para o ano um crescimento de 0,6%. Ora com este desempenho económico, a taxa de desemprego total em Portugal foi de 5% em 2002 e, nos anos seguintes, 6,3%, 6,7%, 7,6%, 7,7% e 8,0% em 2007, ou seja, sempre a subir apesar da economia também ter crescido desde 2006. Ora mesmo dando de barato que os efeitos da ligeira aceleração do crescimento económico em 2007 e primeiro trimestre de 2008 se repercute com um diferencial de nove meses ao mercado do emprego, ainda assim fica por explicar a taxa de desemprego que o Governo prevê para o próximo ano, exactamente igual à deste ano (7,6%).
Como é possível, com a economia em desaceleração, que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos (na foto), acredite que é possível manter em 2009 o desemprego no mesmo nível deste ano? Ou há qualquer alteração contabilística em preparação ou então não há ciência económica que explique esta previsão.
Segundo ponto: está dito, redito, estudado e explicado que Portugal, pequena economia aberta, que exporta mais de 70% dos seus produtos para a União Europeia, ou é arrastado por bons crescimentos nessa área ou sofre quando ela abranda ou entra em recessão. Sendo este o cenário previsível e estando nós a crescer abaixo da média europeia desde 2002, alguém explica como é possível que venhamos a crescer quatro décimas acima da zona euro em 2009?
Terceiro ponto: um dos quadros da proposta do Orçamento do Estado mostra que as despesas com pessoal passam de 21,3 mil milhões e 13% do PIB em 2008 para 18,7 mil milhões e 11% do PIB em 2009, o que parece não jogar com o maior aumento salarial oferecido à Função Pública desde 2003. O ministro justificou estes valores com a saída de pessoas do Estado (cerca de 12.000 só este ano), bem como com alterações contabilísticas na forma como foram registadas as transferências do Estado para a Caixa Geral de Aposentações (CGA). Depois, o secretário de Estado do Orçamento justificou tais alterações com orientações do Eurostat. Mas, segundo o jornal 'Público', o Eurostat negou que tenha havido alterações recentes nesta matéria. Ora se as alterações não tivessem sido feitas haveria não só uma subida do peso da despesa pública no PIB, de 46,1% para 47,8%, como a carga fiscal, em vez de diminuir, também cresceria de 37,5% para 38%. Por outras palavras, a ciência económica também serve para isto: criar novas séries estatísticas que não são comparáveis com as anteriores e retirar daí as conclusões que interessam a quem as faz.
Quarto ponto: o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, insiste na realização de grandes projectos, apesar de não só a oposição como três ex-ministros socialistas (Augusto Mateus, João Cravinho e Campos e Campos) dizerem o óbvio ululante: o programa de investimentos foi pensado e concebido em circunstâncias que mudaram e que é preciso reanalisar.
Lino diz que estas não são obras que se possam decidir fazer num mês e adiar no mês seguinte. Mas uma das pedras angulares dos novos projectos era a participação de parceiros privados, o que reduziria significativamente o esforço financeiro do Estado. Ora no actual quadro ou não haverá privados interessados por dificuldades no acesso ao crédito e pelo seu custo ou, se houver, será porque todos os financiamentos terão a garantia do Estado, o que significará, na prática, que o risco dos projectos passa para o domínio público. E não foi isso que nos prometeu, pois não, sr. ministro?
O maestro reconhece que errou
Aquele que dirigiu a Reserva Federal durante 18 anos, coincidindo com o maior período de expansão da economia americana no pós-guerra, aquele que foi um paladino do livre funcionamento dos mercados, aquele que foi considerado o maestro infalível do sistema financeiro, reconheceu estar em estado de choque com o tsunami que está a abalar o mundo das finanças. "Cometi um erro ao presumir que o interesse próprio das organizações, nomeadamente dos bancos, era tal que os tornava mais capazes de proteger os seus accionistas." Foi por isso que se opôs à regulação dos mercados onde se transaccionavam os activos tóxicos que estão no cerne da actual crise. Agora não só reconhece esse erro como isso abalou as suas convicções sobre a economia de mercado. "Encontrei uma falha, não sei quão significativa ou permanente. Mas tenho estado muito perturbado por isso." E questionado sobre se a ideologia do mercado livre deixou de funcionar, foi taxativo: "Absolutamente. É por isso que estou em choque, porque vivi mais de 40 anos com a substancial evidência de que funcionava muito bem." Donde conclui: "Cometi um erro ao confiar que o livre mercado pode regular-se a si próprio sem a supervisão da Administração." Alan Greenspan, o maestro infalível, reconhece que errou. Infelizmente para o mundo, foi na nota estruturante da peça.
P.S. - Quem não reconhece que errou é Jardim Gonçalves. Publica um livro com todas as cartas que enviou a accionistas e colaboradores do BCP. Mas não diz uma palavra sobre o escândalo que se abateu sobre o banco e de que ele é o epicentro. O título do livro é "Eu escrevi sempre". Podia acrescentar: "Mas nunca sobre o que verdadeiramente importa explicar".
xXAmandaXx- Membro
- Mensagens : 185
Reputação : 30
Pontos : 5096
Re: Algumas coisas que ninguém percebe
Eu não li isto tudo, e nem vou ler.
HASUHSUAHASU, Preguiça mortal.
HASUHSUAHASU, Preguiça mortal.
Sђσт- Gerente
- Mensagens : 92
Reputação : 0
Pontos : 4860
Re: Algumas coisas que ninguém percebe
Dαrk escreveu: Não li nada grande de mais
мσиsтєя- Expert
- Mensagens : 1825
Reputação : 559
Pontos : 6814
Re: Algumas coisas que ninguém percebe
Dαrk escreveu: Não li nada grande de mais
x6Caio- Membro Silver
- Mensagens : 893
Reputação : 422
Pontos : 5153
Re: Algumas coisas que ninguém percebe
Obrigado por Compartilha Essa Noticia.
THIΛĞØ- Membro Formado
- Mensagens : 4651
Reputação : 2492
Pontos : 6262
Cash : 2000
Re: Algumas coisas que ninguém percebe
Obrigado pela Noticia!
Jhones- Membro Bronze
- Mensagens : 342
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Pontos : 4912
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