Com greve, passageiro espera por mais de 3 horas por ônibus em SP
Paralisação teve início na madrugada desta quinta-feira.
Funcionários se reúnem com empresa para decidir sobre greve.
Tatiana Santiago
Do G1 São Paulo



Jeferson aguardava há três horas por ônibus no Terminal Cidade Tiradentes A paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus da Viação Itaquera-Brasil, antiga Viação Novo Horizonte, que atinge 24 linhas da empresa na manhã desta quinta-feira (18), surpreendeu os moradores da região da Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo, e deixou muita gente sem transporte público. Em pontos de ônibus da região, a reportagem do G1 ouviu relato de passageiros que aguardavam por um coletivo há três horas. Segundo a SPTrans, a greve iniciada nesta madrugada afeta 220 mil pessoas. A categoria reivindica o pagamento de uma parcela das horas extras, de cestas básicas e do convênio médico.

Mesmo com a implantação da operação Paese pela São Paulo Transportes (SPTrans), apenas parte dos 330 ônibus que não deixaram a garagem da empresa foram substituídos. Com isso, o que se via nos pontos de ônibus eram passageiros inquietos e com celular nas mãos ligando para avisar sobre a falta do transporte.
O ajudante geral Jeferson Rodrigues, de 22 anos, ficou por mais de três horas no ponto de ônibus aguardando o coletivo passar. “Estou parado aqui desde 7h esperando o ônibus passar. Não sabia que estava em greve. Já perdi meio diz de trabalho, que será descontado no meu salário e nem sei se vou conseguir chegar no serviço”, reclama o jovem que estava no antigo Terminal Tiradentes, na Avenida dos Metalúrgicos, por volta das 10h
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Motoristas de ônibus fazem paralisação na Zona Leste de SP
Com medo de perder emprego, o porteiro Nelson Lucio da Silva, de 57 anos, que trabalha na Galeria do Rock, no Centro da capital paulista, ficou desesperado ao saber da paralisação. “Não consigo chegar lá [Centro]. Já perdi dois dias de trabalho na semana passada por falta de ônibus. Dependo do ônibus, não tenho outra alternativa”, lamenta Silva, que esperava pela linha que o deixaria na Praça Princesa Isabel.
Apesar de ter um micro-ônibus da empresa Transcooper Leste como opção, a vendedora Tassia Dantas, 18 anos, também ficou preocupada com o atraso. “Vou ter que ir de lotação, mas vou chegar bem atrasada no serviço”, diz ela que costuma entrar 10h em uma loja no bairro de São Mateus e esperava pelo transporte no mesmo horário.
greve ônibus zona leste (Foto: Tatiana Santiago/G1)
Tio e sobrinha aguardavam ônibus: eles têm pas-
sagem marcada para Minas Gerais (Foto: Tatiana
Santiago/G1)
Moradora da Cohab 2, a autônoma Gilsa de Jesus, de 31 anos, e seu tio Domingos Oliveira, 39 anos, também não sabiam da paralisação. “Agora vamos ter que apelar e pedir uma carona, já que não tenho dinheiro para o táxi”, disse ela que iria seguir com o tio para a região do Parque Dom Pedro. “Tenho que pegar o ônibus para Minas Gerais às 11h, preciso viajar pra ver minha mulher grávida, mas acho que vou perder passagem, pois não vai dar tempo de chegar na Bresser”, afirma Silva, que está desempregado e gastou R$ 110 com a passagem para Montes Claros.
Os grevistas devem se reunir ainda nesta manhã com representantes das empresas e diretores da SPTrans, na sede da empresa, no Centro. Às 14h está prevista uma assembleia que decidirá sobre a continuidade ou o fim da paralisação.
Paese
Desde o início desta manhã, a SPTrans acionou o Plano de Apoio entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese). Cerca de 80 ônibus de outras empresas fazem o transporte dos passageiros das seis principais linhas operadas pela Viação Itaquera-Brasil:
4339/10 - Cidade Tiradentes - Terminal Parque D.Pedro II
3720/10 - Cidade Tiradentes - Metrô Tatuapé
3764/10 - Jd. Vila Carrão - Metrô Tatuapé
3790/10 - Barro Branco - Metrô Guilhermina/Esperança
3065/10 - Cidade Tiradentes - Terminal São Mateus
3539/10 - Cidade Tiradentes - Terminal Parque D.Pedro II

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